Famelgas ao almoço

Num almoço familiar Português em restaurante, estão sempre mais de doze pessoas. Entre elas há que esperar encontrar alguns de vários tipos:

:: O jovem adulto, xico esperto, bem disposto, com a mania que tem piada e que a meio da refeição já está com os copos;
:: A tia casada que desde o momento que entrou já estava carrancuda e antipática, regra geral por não se falar com um irmão ou uma cunhada também presente à mesa;
:: A criancinha birrenta que insiste em destruir parte importante do restaurante sob o olhar passivo dos Paisinhos.
:: A mulher do tio, que reclama sempre do que come ou bebe ou deixa de comer ou do serviço ou dos talheres ou dos copos ou do tempo ou do empregado ou do dia ou do frete ou do almoço e sobretudo de tudo o que os outros dizem.
:: O familiar que no outro extremo da mesa onde está o xio-esperto, fala, fala, fala, não deixa ninguém falar e só se ouve a si mesmo, deixando aos restantes como única opção comer.
:: A velhinha surda que ainda não percebeu quem são aqueles alarves que a foram buscar a casa/lar para a depositar a um canto e a obrigarem a comer coisas que certamente lhe vao fazer mal e tirar um ou dois meses de vida
:: A namorada boazona do filho mais velho que escolheu trazer uma calças apertadas e um top de decote, sem costas nem alças, que fará as delícias dos homens da geração anterior durante o almoço e à noitinha, e das mulheres da geração anterior durante a noite, a manhã e todo o mês seguinte e em qualquer sítio onde se encontrem com outras mulheres, nunca sem deixar de usar palavras como galdéria, ordinária ou mesmo p***.
:: Finalmente, o pacóvio que vai pagar a almoçarada, que finge estar bem disposto e a não ligar ao que os outros estão a comer mas a pensar nas refeições que terá de falhar nos próximos dois meses para repôr grossura ao seu molho de notas presas com um clipe que ele usa para parar os grandes eventos.