sexta-feira, junho 08, 2007

O belo!

Junto ao secretariado de acesso às urgências do Hospital de S. Teotónio em Viseu existe, num placar, um aviso que ajuda o familiar do utente a perceber como deve fazer para saber notícias do seu familiar doente (e em alguns casos "doente").

Assim diz o cartaz que o familiar deverá preencher uma folha com os dados pessoais do doente colocar a folha numa caixa. Explica ainda que de trinta em trinta minutos alguem virá recolher as fichas. Acrescenta ainda que as noticias será dadas de acordo com a côr da pulseira que o doente tem (de acordo com a triagem de Manchester). Se o pedido de notícias for feito antes ainda do que consideram razoável para a prioridade atribuida, o pedido será ignorado. Por baixo do texto vem, pois uns rectangulos, um rectangulo com uma côr - 10 minutos, outra côr, 30 minutos, outra côr, etc etc.

Até aqui, tudo bem.

O aviso é uma fotocópia a preto e branco!

segunda-feira, junho 04, 2007

Uma boa ideia aplicada

Na Argentina 220 mil habitações sociais a serem entregues brevemente trarão "de série" 18 livros. Parece-me uma ideia brilhante que urge adoptar em Portugal, enxotando de vez o argumento "pérolas a porcos". É claro que em Portugal tudo se passaria de forma original, senão vejamos:

:: Nomeação de uma comissão para a escollha dos livros a serem colocados nas ditas casas.
:: Primeiro almoço de trabalho da dita comissão
:: Segundo almoço com amigos de editoras e autores que gostariam de ter tiragens de 220 mil exemplares da noite para o dia
:: Terceiro almoço para decidir qual a empresa de design que vai ser contratada para criar um logotipo para o programa e criar autocolantes para colar em todos os livros a serem distribuídos, não só para estragar as ditas capas mas para também estigmatizar os livros e os seus possíveis leitores.

Depois de três anos de almoços à custa de contribuinte a comissão chegou aos seguintes dezoito títulos

1- Lusíadas - Camões
2- Os Maias - Eça de Queirós (assim os serviços sociais já não precisam comparticipar a respectiva compra quando no 10º anos, os que lá chegarem precisarem de o comprar)
3- Páginas amarelas (mais um de poupança e sempre útil)
4- Sei lá - M. Rebelo Pinto
5- Não há coincidências - M. Rebelo Pinto (a atestar o elevado nível intelectual da comissão)
6- O crime do Padre Amaro - Eça de Queirós, adapatação do filme com a capa com a Soraia Chaves
7 a 12 - Volumes 3,4,6,9,10, 15 da História de Portugal (os outros volumes estão esgotados)
13 - O livro de Carolina Salgado
14 - Fotobiografia do Eusébio
15 - Disney Especialíssimo
16 - Irmã Lúcia, biografia
17- Cartilha maternal- João de Deus
18- Lexicografia latina, uma nova perspectiva

sexta-feira, junho 01, 2007

Momento de beleza

Numa escola superior deste país, há um (e um só) aluno que se desloca para a dita escola de bicicleta. Todos os dias encosta a bicicleta ao poste que segura o símbolo de parque de estacionamento, tira o cadeado e prende-a ao poste. Ao fim do dia faz a manobra inversa e vai para casa. E era feliz.

A escola embuída de espírito europeu, quem sabe inspirada por ideias Finlandesas ou por um qualquer interpretação de um artigo do tratado de Bolonha, resolve pegar na ideia e implementar um incentivo a esta prática tão saudável e ecológica. Manda instalar três zonas de parque para bicicletas.

Assim, três outrora lugares de estacionamento automóvel transformam-se em bonitos e aprazíveis suportes de bicicletas, oito aros metálicos alinhados reluzentes com o Sol das 11 da manhã. Foi gasto dinheiro, tempo e trabalho para se desenvolver o país, mudar mentalidades, reduzir nos poluentes...

Numa escola superior deste país, há um (continua a haver um só) aluno que se desloca para a dita escola de bicicleta. Todos os dias encosta a bicicleta ao poste que segura o símbolo de parque de estacionamento, tira o cadeado e prende-a ao poste. Porquê? Porque o espaçamento entre os aros dos suportes não é suficientemente largo para a roda da sua bicicleta caber. Assim prefere acorrenta-la ao poste que a deitar no chão para a prender ao suporte.

O aluno continua feliz, o parque tem suportes de biciletas , mas a única pessoa que os queria usar não pode.

Moral da história: até quando somos competentes, somos incompetentes.