segunda-feira, junho 04, 2007

Uma boa ideia aplicada

Na Argentina 220 mil habitações sociais a serem entregues brevemente trarão "de série" 18 livros. Parece-me uma ideia brilhante que urge adoptar em Portugal, enxotando de vez o argumento "pérolas a porcos". É claro que em Portugal tudo se passaria de forma original, senão vejamos:

:: Nomeação de uma comissão para a escollha dos livros a serem colocados nas ditas casas.
:: Primeiro almoço de trabalho da dita comissão
:: Segundo almoço com amigos de editoras e autores que gostariam de ter tiragens de 220 mil exemplares da noite para o dia
:: Terceiro almoço para decidir qual a empresa de design que vai ser contratada para criar um logotipo para o programa e criar autocolantes para colar em todos os livros a serem distribuídos, não só para estragar as ditas capas mas para também estigmatizar os livros e os seus possíveis leitores.

Depois de três anos de almoços à custa de contribuinte a comissão chegou aos seguintes dezoito títulos

1- Lusíadas - Camões
2- Os Maias - Eça de Queirós (assim os serviços sociais já não precisam comparticipar a respectiva compra quando no 10º anos, os que lá chegarem precisarem de o comprar)
3- Páginas amarelas (mais um de poupança e sempre útil)
4- Sei lá - M. Rebelo Pinto
5- Não há coincidências - M. Rebelo Pinto (a atestar o elevado nível intelectual da comissão)
6- O crime do Padre Amaro - Eça de Queirós, adapatação do filme com a capa com a Soraia Chaves
7 a 12 - Volumes 3,4,6,9,10, 15 da História de Portugal (os outros volumes estão esgotados)
13 - O livro de Carolina Salgado
14 - Fotobiografia do Eusébio
15 - Disney Especialíssimo
16 - Irmã Lúcia, biografia
17- Cartilha maternal- João de Deus
18- Lexicografia latina, uma nova perspectiva

1 comentário:

Anónimo disse...

Já agora,tendo eu uma certa apetência para observadora política,com alguns laivos de intelectualidade, não seria possível uma pequena cunha para "sei lá" talvez assessora da mesma comissão? Dada a minha total ignorância em relação a quase todos os livros em causa, seria fácil provar "que não há coincidências".