quinta-feira, janeiro 31, 2008

Túpido

Esta história é verdadeira e prometo não exagerar nos pormenores nem na adjectivação. Contá-la-ei pois em estilo jornalistico não TVI.

Presidente da Cãmara de uma terrinha bem no centro do País tem uma ideia que, de tão inusitada, se poderá chamar genial: Em torre bem no centro da cidade construir em cada face da mesma um relógio de Sol. Muito bem, fui o primeiro a aplaudir! Ip Ip urra... uma ideia interessante, bonita e pedagógica. Fala com a arquitecta que com uns poucos cliques consegue chegar a um artesão que ainda se dedica a fazer à bela ciência gnomónica. Contacto telefónico e sim senhor faz-se o acordo, visita-se o sítio, esboçam-se ideias, abre-se concurso, adjudica-se a obra e o artesão põe as mãos ao trabalho e elabora minucioso projecto que entrega na câmara. Uma semana depois é chamado à câmara onde fala com a dita arquitecta que lhe explica com desalento que o Presidente não tinha gostado muito do projecto, que não era aquilo que tinha em mente, que julgava que os relógios nas quatro faces seriam todos iguais, que julgava que os relógios seriam iluminados (!?) porque queria, quando passasse lá à noite, poder ver as horas!

Relógios de Sol!
É uma história que comove pela estupidez.
O artesão foi pago pelo trabalho de fazer o projecto. O contribuinte anda a patrocinar a boçalidade deste (e tantos outros) autarca.

quarta-feira, janeiro 30, 2008

Cruzamento inesperado

+ =

segunda-feira, janeiro 28, 2008

Omeumaufeitio explica: A lei para os outros e a lei para mim

:: O Povo escolhe os seus representantes
:: Os representantes escolhem um governo
:: Os representantes e o governo criam leis e instituições
:: As instituições fazem cumprir a lei
:: O Povo queixa-se dessas instituições
:: O Povo escolhe os mesmos para seus representantes

:: O Povo escolhe os seus representantes (mais ou menos manipulados por demagogia/marketing/"partidismo")
:: Os representantes escolhem um governo
(tipos mais ou menos maus que se não o fossem estavam a ganhar milhões no mundo privado ou mesmo estando a ganhar milhões no mundo privado querem aquecer o Ego e garantir mais milhões num futuro próximo)
:: Os representantes e o governo criam leis (muitas propositadamente dúbias para se poderem contornar a bel-prazer) e instituições (algumas para criar empregos, outras para criar tachos, outras para fazerem andar dois passos para a frente e um para trás)
:: As instituições fazem cumprir a lei (na melhor das hipóteses, mas não como regra)
:: O Povo queixa-se dessas instituições
(o para-militarismo da ASAE tem cumprido e é sõ ver a malta a queixar-se)
:: O Povo escolhe os mesmos para seus representantes (ou escolhe os mesmos, e então não se compreende a esquizofrenia, ou escolhe outros que não façam as instituições cumprir a lei e depois queixa-se que "são todos uma cambada de ladrões e chupistas")

quinta-feira, janeiro 24, 2008

Na "Dúvida" calavam-se!

Ontem fui ao teatro. A peça era boa os actores também (com excepção de um). Não vou fazer a crítica da peça ou da encenação ou do elenco, vou sim falar da descrição auditiva implementada durante a peça. Já concerteza reparou o caro leitor que em certos programas da TV existe uma aviso para a audio descrição e legendagem no teletexto. Acção louvável que apenas demorou cinquenta anos a concretizar-se. Mas a verdadeira inovação é isto ter sido levado para o teatro por três senhorecas de certa idade com respectivos casacos de pele com cheiro a naftalina que compraram bilhetes em lugares exactamente atrás do meu na dita sala de espectáculos. Para além da exaustiva descrição comentada com opinião de tudo o que se passava qual novela vista em casa de chinelos postos, ainda conseguiram juntar comentários sobre a existência de um mesmo cenário durante toda a peça (talvez imaginassem Eunice Munhoz, papel principal, a fazer revista) e sobre o intervalo, levando um suspiro a acompanhar um "devia ter trazido o crochet".

Ora o teatro que é de raiz um espectáculo popular não poderia ter à entrada da sala umas mordaças para distribuir ao povo dos casacos de pele?!

quarta-feira, janeiro 23, 2008

três meses de demonstração em MHD fazem disto

Quando o "nickname" não o identifica, não é possível ler um texto sem pensar no género do autor ("do autor" não "de autor", estou pois a falar de saber se o "escrevidor" é menino ou menina). Ele há textos que não deixam margem para dúvida, mas ele há outros que ... uhm ... uhm outra vez... talvez menino, talvez menina, talvez menino com um lado feminino bem presente... talvez menina com buço e ombros de nadadora olímpica da URSS...

Quando o tema é entalar o pénis no fecho-eclair, não pode haver dúvidas de que o locutor é macho, ou se o tema é a multitude de formas de jacto cruzado emitidas por pirilau não circuncidado (ou circuncisado), também aqui a certeza é grande. Mas se se fala sobre as inusitadas variações de humor que caracterizam a síndrome pré-menstrual... também aqui se trata de menino... ou se se apresenta aturado estudo sobre coerência em escalas de tempo da ordem das semanas, não haja dúvida, é com certeza homem.

A verdade é que cérebros diferentes escrevem de formas diferentes... e quando homens invadem o estilo de escrita estereotipado das mulheres ou vice-versa, facilmente publicam livros.

segunda-feira, janeiro 21, 2008

balão de ensaio, petri ou eppendorf?

Orgãos em laboratório

Finalmente uma boa notícia! Em breve poderão fazer o mesmo com cérebros. Só falta convencer a assembleia da républica a encomendar 230 cérebros para pendurar lá nas galerias (estes não seriam para enfeitar). Importa acrescentar que em última análise cada povo tem os dirigentes que merece (a menos que estejam muito distraídos com o futebol e as novelas).

Manter-se-iam claro está os deputados, para que pudessem levantar a mão em caso de votações e para que pudessem segurar o jornal em frente as cérebros mais alheados do país real!

Importa consultar http://www.parlamento.pt/deputados/Deputados_RegistoInteresses.aspx

quinta-feira, janeiro 17, 2008

Eu sei reconhecer uma boa ideia

Zézito, tu estás lá! 2008 vai ser um grande ano para ti. Finalmente vais mostrar-nos o quão brilhante és. 2008 será o ano das grandes decisões, das inaugurações, do crescimento acima da média europeia, do lançamento de mais computadores e micro-ondas e frigoríficos ao preço da uva-mijona (aqui ficas atrás do major), da ausência de portagens mas da gasolina ao preço da morte e as taxas moderadoras a moderarem os carros dos ministérios e o preço do pão a reflectir a subida do preço dos cereais que agora são usados para fazer biocombustível com subsidios do governo e a poluir exactamente o mesmo que a gasolina. 2008 será um ano brilhante. Mas onde está todo esse brilhantismo?

Ora vejamos: Zézito percebeu bem cedo que teria de haver inaugurações sem dinheiro... uhm... ideia.. é sempre possível inagurar coisa que já existem... basta fecha-las para depois as abrir... xaram! Fecham-se as maternidades, fecham-se as urgências, fecham-se escolas primárias... passa-se um ou dois anos, compra-se uma ou duas máquinas novas, pinta-se umas paredes, colam-se uns poster com o Sr. PM nas salas de espera e eis que no final de 2008 se inauguram quatro maternidadenes, sete urgências e quinze escolas primárias, tudo sem gastar dez mil reis (referência clara ao dia do regicídio).

Tu estás lá ò Zé! Se pudesse votava em ti, felizmente ainda não estamos em tempo de eleições... embora no teu íntimo só penses nisso. Aquele abraço

sábado, janeiro 12, 2008

primeiro post de casa

Todos temos a nossa dose diária recomendada diária de drama (DDRD). Ou a temos e mantemos a sanidade mental ou não a temos e fazemos por a ter e mantemos a nossa sanidade mental. Temos pois vários graus desde os completamente desdramatizados que chegam a desvalorizar tudo para não terem de lidar com o drama às autênticas "drama queens" que inventarão drama onde ele não existe. Como tudo na condição humana este é um espectro contínuo (expressão imbuída de deformação profissional- não explicarei).

A parte interessante é que esta DDRD nem sequer faz parte da receita para sermos mais felizes faz apenas parte do nosso modo de estar e em última análise da nossa própria identidade. É na realidade uma valente seca e consequência de uma dose de realidade (R) e introspecção (I) que regra geral faltam. Recomendar-se-ia sim uma DDRRI.

Com o fim da DDR em 1990 (ou seria 91) resta-nos a DDR das embalagens de cereais...

Vou alí a fazer um bocadinho de drama (para cumprir com a quota de hoje) e já volto.
A frase "fazer a quota de hoje" também nos poderia levar longe. Talvez numa próxima entrada!

quarta-feira, janeiro 09, 2008

sardinha fora de horas

Já todos percebemos que a ASAE anda em força, ou pelo menos é a imagem que nos andam a vender... continuo sem acreditar que esta nova e viçosa ASAE seja imune a subornos e corrupção, contudo a verdade é "eles andem aí".

Há com certeza limites para a acção desta força, sim, porque ASAE é nome de força para-militar.
Não me tirem a bela da sardinha assada na noite de S. João do Porto em plena ribeira a preços exorbitantes. Todos sabemos que o segredo do sabor especial é a sardinha ser assada num fogareiro da década de sessenta logo alí em plena rua à porta do tasco, com a brasa de carvão vegetal e abanador de palhinha. Mas o momento em que tudo muda é o instante de beleza única em que o dono do tasco vira a sardinha e é digno de vê-lo em "slow motion" e porque não ter coragem para o dizer "slow emotion": leva mão direita à cara, fechando polegar e indicador em casamento planeado, entre-abre boca humedecendo lábios, passando a lingua frenética molha os dedos e num movimento rápido e indolor vira a sardinha. Repete a operação tantas vezes quantas as sardinhas.

Dizia-me o homem que me abastece de gasóleo que a vida está muito mal, que o fisco anda aí e que ASAE fecha as coisas por tudo e por nada e que o lucro não dá nem para o automóvel, etc etc, eu tentando fazer a pedagogia do civismo, e ele rematando com esta pérola: "quando todos aldrabavam a gente ainda se ia safando."

sexta-feira, janeiro 04, 2008

e é assim

Resoluções para o novo ano:
:: fechar este blog ou transformá-lo em alguma coisa de útil
:: organizar vidinha
:: arrumar escritório
:: este ano já não deve dar para mais nada


Esta coisa dos balanço s e das resoluções é idiota qb. Já algume mudou alguma coisa de significativo na sua vida por causa destes balanços e resoluções caídas do nada?

Nova resolução para 2008: não fazer resoluções para 2009.

O país lá continua. Devo dizer que esta semana a comida me soube melhor, já se respira nos restaurantes. Obrigado pelas décadas (sim que o hábito generalizado de fumar é coisa recente) de falta de educação!