Em Portugal nunca seria possível filtrar as imagens de sofrimento gratuíto de uma desgraça desta ou qualquer outra envergadura. Na realidade houve manobras de bastidores para que se criassem todas as condições para se emitirem/publicarem imagens de verdadeiro horror (uma das formas de os media saírem da crise - à falta de escandâlos sexuais com menores e apresentadores de TV).
A TVI já tinha feito longos "castings" para escolher actores que imitassem pessoas feridas e aos gritos sob toneladas de maquilhagem sangrenta. Já alugara as melhores varandas da baixa do Porto contíguas ao edificio que rebentou e uma equipa de reportagem clandestina já se tinha disfarçado de trabalhadores-imigrantes ilegais para poder ter acesso a outro local de filmagens de eleição: o túnel do Marquês em Lisboa. Os enviados especiais voaram de propósito para o Algarve para terem testemunhos em bom Inglês do que passou e três claques de futebol foram contratadas para destruir uma vasta área da Venda do Pinheiro mantendo assim um cenário fidedigno para o tipo de reportagem. A vinda a público da seriação das imagens do verdadeiro acontecimento impossibilitou a TVI de publicar todo o seu trablaho, no entanto, tal já foi devidamente arquivado para situações futuras. José Eduardo Moniz já terá dito a Manuela Moura Guedes no conforto do lar: "Se não dá para usar agora guardamos as imagens para a reportagem que vamos forjar sobre os efeitos da co-incineração em Souselas... e querida.. apaga a luz que são horas de dormir!"
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