terça-feira, março 21, 2006

longo como a injustiça

Bem sei que tenho andado por fora, mas acumular a minha actual profissão com a acessoria ao PR no âmbito do ódio, náusea e asco mal controlados, tem levado a maior parte do meu tempo. Retomemos então a história que me elevou de sobremaneira os valores de bílis:

Termino um dia intenso de produtividade intelectual e proponho-me pegar no carrito e fazer a viagem de 1:30 de volta ao outro local de trabalho, para, se tudo corresse bem ainda fazer mais qualquer coisita durante uma hora. Quando não é o meu espanto... carro, nem visto, nem a marca dos penus lá ficara. Para minha felicidade ante a previsão de ter sido roubado, vejo um reboque a levar um outro automóvel e um individuo à paisana mas com cara de polícia a olhar para todos os lados. Mais tranquilo mas já com os níveis de bílis a aumentarem dirijo-me ao tal individuo e pergunto se sabe o que se passa. Ele lá diz que andam a rebocar os carros. Pergunto se tal carro (o meu) também tinha sofrido do mesmo destino, ao que ele responde afirmativamente. Pergunto como o recuperar e o fulano lá me diz , dizendo assertivamente que o parque (a quinze minutos a pé dali) está bem assinalado! É certo que tinha estacionado em local de parquimetro e não tinha posto moedinha mas o carro não estava em posição irregular, não atrapalhava o trânsito, não estava em segunda fila, não privava nenhuma circulação automóvel , nem sequer estava a menos de meio metro do limite que um camião de transporte especial que levasse uma viga na ponte Vasco da Gama precisasse para passar. Estava irregular eu sei, mas REBOQUE?

Alguns pontos:
- O dito parquímetro só permite moedas para duas horas (razão pela qual já há muito tinha desistido de pôr moedas). Os palhaços da Câmara Municipal do Porto (para não dizer coisas bem piores, se fosse do Porto os adjectivos seriam bem outros) devem achar que como não fazem nada e passam o dia a tentar encontrar desculpas para não fazerem nenhum, devem pensar que o resto da populaça tambem é assim e deveria estar-lhes agradecida por ter uma desculpa para de duas em duas horas, parar tudo, vir cá fora e pôr a moedinha.

- A eficiência da polícia era tal que, antes que escurecesse, com três carros-reboque em simultâneo limparam uma vintena de veículos. Antes de escurecer claro está, porque quando anoitece o sitio é perigoso, é que os assaltos a pessoas e viaturas são mais que muitos.

- Do sitio onde o meu carro foi rebocado até à dita garagem bem sinalizada (só a encontrei porque segui o trilho dos carros reboque) contei sem esforço 115 carros estacionados em posições irregulares e impeditivas da boa circulação de tráfego, incluindo uma fila de 30 carros que impedem a formação de uma via de trânsito a escassos 10 metros do sitio onde o meu carro estava estacionado. Contudo, quando confrontado com esta sitiuação, o dito policia disse-me que lamentalvelmente o código da estrada não permitia rebocar aqueles. Então para que servem os reboques?? pergunta estúpida. O negócio , o negócio!

Aliás há já quem estacione por cima do amarelo porque já conhece esta prática!

- Chegado ao parque , tive de esperar quase uma hora para que um velhinho muito educado mas que preenchia os papeis à velocidade de 1910, conseguisse dar vazão a tal movimento de carros. Demorava 15 minutos por cada pessoa. E deixa cá 60 euros!


- Gostava de ver a CMP tão expedita quando é para levantar carros abandonados.

- Gostava de ter visto a polícia tão expedita quando uma vez lhes liguei porque tinha um carro estacionado à porta da minha garagem e não podia entrar no prédio. Tive de ligar três vezes e o reboque e a polícia demoraram uma hora e vinte a aparecer!

- Gostava de ver a polícia a fazer o mesmo no bairro do Aleixo

- Sobretudo gostava de deixar ver carros mal estacionados, entupindo o trânsito e tornando a vida dos outros um pouco mais caótica.

- Gostava de viver num país com algumas pessoas competentes em lugares de chefia!

- Gostava de ter concidadãos que percebessem que nem tudo o que é legal é justo e que encontrassem motivações outras que não o negócio!

Para terminar em elevação
Caros responsáveis por esta manobra de extorção (e extorção é crime): vão apanhar no c*!

4 comentários:

Miguel Gonçalves disse...

Como te compreendo, meu caro amigo... como te compreendo! O que é engraçado é reparar onde é que, geralmente, ficam estacionados alguns carros de algumas pessoas com alguma importância sem que rigorosamente nada lhes aconteça!

Enfim, são mistérios do Porto... quase tão misterioso como o facto da Rua do Universo ser a rua mais pequena dessa mesma cidade! Somos... pitorescos! ;)

Abraços!

Daniel disse...

num puzestes a muedinha, lixastestes

Anónimo disse...

Temos de ser solidarios com o "Arrumador Rio". Como este não ganha o suficiente com o parque de estacionamento que instalou nos terrenos da Universidade do Porto, teve de arranjar outra forma de cravar dinheiro aos alunos e funcionarios da mesma instituição.

As pessoas só não gostam da ideia pois ele não anda por aí a dizer: "O dotor olhó telemóvel!". Mas enfim, se pelo menos fosse para a droga ainda teriamos a esperança que este pudesse apanhar uma overdose.

No fundo esta deve ser mais uma das ideias do projecto "Porto Cidede de Ciencia". No que me diz respeito, essa treta do estacionamento dá-me vontade de ir investigar para outro lado.

eutodososdias disse...

right on, Doc Truck! ;)