quarta-feira, janeiro 04, 2006

O Jerónimo

Grande Jerónimo:

Depois da conversa amena, despretensiosa e descontraída de ontem e depois de ver certos depoimentos nos direitos de antena que o PCP ainda vai transmitir, fico com a sensação que o meu voto cairá em ti ou no candidato Vieira, vai ser no que mostrar a gravata mais bonita. Mas a entrevista de ontem foi muito boa. Quase me imaginei por detrás dos jardins da fortaleza a jogar umas futeboladas contigo, ou a levar as operárias fabris de 16 anos, de bata suja e desabotoada até à terceira casa a contar de cima, para trás das moitas junto ao Tejo. Foi bonito, o homem feito por si, à custa de sacrifício, de trabalho, de injustiças... um verdadeiro homem, que paga o café todos os dias (mesmo quando lho oferecem) e que o que come a meio da manhã, deve levar de casa na marmita! Não te vimos a cama, nem o retrato dos paizinhos, não te vimos a biblioteca, vimos o centro de trabalho e a comoção a falar de Cunhal! Só foi pena teres falado de uma coisa que afirmaste não ter lido: o último volume da biografia política não autorizada de Cunhal. Ainda assim és um homem de convicções!
Passa lá por casa para tomarmos umas bejecas e vermos o Benfica!

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