quarta-feira, junho 08, 2005

Bolo de noz, quem te come!?

Esta cena das calças de cintura baixa das miúdas perturba-me! Quando era adolescente as calças tinham a cintura perto do umbigo e a malta olhava na mesma para o rabo das miúdas e para aquela cintura perfeitinha! Mesmo que a dita cintura não fosse isenta de estrias, celulite, pneus ou banhocas flácidas, uma calça que acompanhasse justa a curva punha tudo no lugar! Ah bons tempos! 'Tá bem que eram mais difíceis de tirar... mas aquele percurso que a calça de ganga fazia ao escorregar pelas pernas abaixo fazia parte do encanto...

Eis senão quando surge o novo corte! As calças de cintura baixa! Começam por ter a cintura marcada no ponto de inflexão da curvatura, um pouco abaixo do umbigo! Até aqui tudo bem, vê-se o umbigo, alguns até têm piada, uma cuequita aqui outra ali... mas o uso nem sequer era generalizado. Apenas as miúdas com cinturinha tonificada se atreviam a usar disto. Até que alguém na fábrica do corte e costura deslizou o giz um pouco mais para baixo e criou esta moda da cintura no sopé do monte de Vénus (Quem vem de cima claro está!).


Em teoria Eu estaria de acordo. Uma barriguita incipente a descoberto, um umbigo bem centrado com o top rechonchudo, umas covinhas no fundo das costas bem simétricas e sorridentes, uma cuequita tanga sobranceira e extrovertida, enfim... um prazer para a vista! Mas a prática, meus senhores, a prática.... a evidência experimental é totalmente díspar desta realidade.

Quantas vezes já não nos cruzamos por obesas criaturas que tentam a todo o custo enfiar-se neste tipo de calças três números abaixo!

Imaginem um bolo de noz no forno a coser, ele cresce, cresce até que os limites da forma se tornam repressivos e o bolo se torna maior que o seu próprio Mundo e se eleva muito para além das suas fronteiras. O mesmo se passa no mundo da moda feminina, mas sem o apetite aguçado provocado pelo bolo de noz. De tão espremidas e espartilhadas, as carnes expandem, dilatam, fluem na vertical para fora da cintura, escoam transbordantes isotrópicamente, recobrem a parte superior das calças qual cogumelo atómico que retorna para cobrir o próprio pé. E aquele umbigo, grande, profundo, suado, descaído, já quase sobre o cós das calças, a assinalar uma barriga Michellin... E o rabo, suposto protagonista de umas belas calças, torna-se apenas simbólico de tão oprimido que se encontra, esvaziado de personalidade, suporta apenas o bouquet carnal.

Acabem com esta moda, acabem com esta moda! Deixem-me viver na ignorância mas na esperança que por baixo de umas calças de cintura no umbigo existe um corpo firme e tonificado de cintura ideal e standartizada!




3 comentários:

eutodososdias disse...

Bolo de noz prometido!

atit disse...

Porquê bolo de noz? O último que fiz ficou espalmado, tonificado, tal e qual cinturinha ideal e standartizada. Lembras-te?? Ou seria de pera?? se calhar é disso...

eutodososdias disse...

Para arranjar um consenso: Bolo de noz com uma secção transversal em forma de pêra invertida