quinta-feira, junho 02, 2005

Eu, o meu, a mim,...

O Português não gosta que o ensinem! Não estou a dizer que o Português não gosta de aprender... ele não gosta é que o ensinem.

Eu que tenho 42 anos, Eu que já tenho 55 anos, Eu que tenho 20 anos de casa, Eu que tenho um curso superior, Eu que sou o Presidente da Junta, Eu que sou Professor Catedrático, Eu que comando 20 homens, Eu que sou um agente da autoridade, Eu que sou Médico... a mim é que me vão dizer o que devo ou não fazer?

Cumprir os 120 km/h nas autoestradas! Não atender o telemóvel numa reunião! Desligá-lo num espectáculo! Respeitar uma fila! Reflectir sobre o que faço! Votar num referendo! Não buzinar às quatro da manhã porque me apetece!

Ensinar um Português significa passar-lhe um atestado de estupidez e assumir o óbvio: que ninguém nasce ensinado. O Português parece ser o único povo que já nasce com essa condição. Isso torna-nos de facto um "case study". Seremos nós afinal a reencarnação de um outro povo que de tão civilizado e cívico conseguiu passar esse estado além morte e perpétuá-lo em reencarnações sucessivas? Muito provavelmente. Talvez sejamos o Povo Escolhido! Mais do que isso! Para sabermos como agir correctamente em todas as situações por impulso, devemos já ter vivido em todos os percursos temporais possíveis... uma vez que certas situações agregadas às novas tecnologias não poderiam ser previstas por uma reencarmação anterior, apenas por uma reencarnação posterior.
Será o Português um povo intemporal, que "pré-existiu" num passado e num futuro em simultâneo? Muito provavelmente.

A mim que uso camisas abertas até ao umbigo, cabelo lambido e bigode, de palito no dente e unhaca no dedo mindinho, a mim, ninguém me diz o contrário!

1 comentário:

eutodososdias disse...

Existem de facto exemplos desses mas ainda tenho as minhas dúvidas... Será a radiação do solo? Contadores geiger em todo o País já!